Vou contar um caso. Uma história, que eu nem sei se é de amor.
Uns acreditam que sim e outros (principalmente a mocinha da história), juram de
pé juntos que não é nada disso. Minha opinião a respeito? – é complicado mais
nem tanto, eles complicam mais do que deveriam, bem mais - .
É mais ou menos assim, vou explicar. Ele se declara com toda a
criatividade do mundo, mas, ela prefere olhar pro lado, pra baixo, pra cima, e
até fechar os olhos, se não tiver outro jeito. A estratégia dele é ser direto,
e a dela é fazer o possível pra não ver, e se por curiosidade acabar olhando de
rabo de olho, prefere fingir que não se deu conta do que se trata aquilo que
esta acontecendo bem ali, na sua frente.
Eles brigam por nada, e deixam de se falar por ciúmes. Mesmo que
ambos jurem não ligar à mínima, e não estarem apaixonados, tá escancarado e
quem prestar atenção, consegue ver bem: nesses dois, falta coragem pra assumir
que se adoram, o que não falta, é sentimento. Seja lá qual for ele.
Podem negar a vontade, mas tentativas de manter as aparências a
parte, é bonito de se ver. Às vezes mais parece um relacionamento de irmãos,
com todas as implicâncias e desavenças, noutras, eu podia jurar que eram bons e
velhos amigos – e na verdade, não tem como afirmar o contrário, pelo menos não
com todas as confidencias, segredos, piadinhas internas que só de um olhar pra
cara do outro, eles entendem tudo, só os dois, e mais ninguém - . De um jeito
meio (ou completamente) torto, eles se entendem.
Ele é confuso, e acaba confundindo todo mundo, mas no melhor
estilo “bobão” sabe exatamente como fazer para ver um sorriso gostoso no rosto
dela. Mesmo que isso a tire de sério alguns minutos depois. Ela não sabe
se o odeia mais pelos motivos que ele deu para ela querer ignorá-lo, ou pelo
fato de que ele consiga desarmá-la tão facilmente.
Ok. Tudo bem, nem sempre é tão simples assim. Ela é cabeça dura,
mas não importa, ele é insistente na mesma proporção. É como se as
tentativas frustradas dele para promover novamente a paz, nem
tivessem importância. Ele puxa assunto, faz graça, faz drama, faz qualquer
coisa, só não desiste.
O ditado popular “Água mole em pedra dura, tanto bate
até que fura”, nunca fez tanto sentido assim: Ela sorriu de novo, olhou pra
ele, pensou um pouco e deu uma gargalhada. Se desarmou completamente, ou quase
isso. Arrisco supor que ela nem se lembra mais o motivo da última briga. Mais
alguns minutos se passam, e eles voltam a conversar como se nada tivesse
acontecido. Vejo que acertei. Nessa hora, ela nem faz mais força pra lembrar.
Esta ocupada demais juntando a prudência e jogando pela janela, pegando o medo
e chutando pra fora, se enchendo de coragem e empurrando todo o
resto pro lado. Está resolvido, ela não precisa mais deles. Resolveu que é
melhor enfrentar sozinha tudo aquilo o que já há muito tempo, só dependia de
uma atitude dela.
Não havia mais felicidade dentro dele,
e mesmo sendo o típico “cara errado”, havia algo de bom, algo (além da
carinha de cachorro sem dono que ele tinha) que a encantava e que me fazia
torcer pra que ele conseguisse logo o queria faz tempos. Ela, mesmo
tentando ignorar, sempre soube disso tudo – tanto das qualidades deles, tanto
da minha torcida. – Não sei o que pesou mais, na verdade, sei que não foi nada
disso, nada além da vontade própria dela. O que interessa mesmo é que naquele
fim de tarde, fim de expediente, ela tomou a decisão: “Chega de fugir e dane-se
as conseqüências.” Já havia mesmo passado da hora de pagar pra ver! – Por
coincidência, exatamente nesse mesmo instante ele lhe pediu um beijo, e ela não
negou.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdorei o texto!
ResponderExcluirVocê escreve muito bem! =)
www.garotadebotas.com
Que bom que você gostou! Fico muito feliz. :D
ExcluirIsso é uma história real ou só um conto?
ResponderExcluirgarotoimpulsivo.blogspot.com.br
Acredita que é real Rennan? Pois é, história da minha amiga.
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